corbã

Palavra hebraica que está no Evangelho de Marcos (7.11), mas que não vem no lugar paralelo de Mt 15.5, sendo a sua significação ‘oferta para o Senhor’. Freqüentemente ocorre o termo em Levítico (p. ex. 2.4) no sentido de oblação – literalmente, qualquer coisa levada a Deus como oferenda. Por esta causa tornou-se uma fórmula de dedicação a sagrados propósitos, e um mero pretexto para escapar a certas obrigações. A lei ‘honra a teu pai e a tua mãe’ compreendia o dever de sustentar os pais, se estes estivessem em necessidade – mas se a palavra Corbã era pronunciada sobre os necessários meios de auxílio, já estes não eram para os pais, pois isso era sacrossanto. Assim, a religião era posta contra a palavra de Deus pelos seus autorizados representantes, os escribas e os fariseus, que ‘dispensavam o indivíduo de fazer qualquer coisa em favor de seu pai ou de sua mãe’. É provável que o voto de dedicar alguma coisa ao serviço do templo fosse apenas uma formalidade (*veja Mt 23.16 a 22) – mas o que Jesus condena não é simplesmente a aparência de voto, mas o próprio voto. Desprezar os deveres de piedade filial em nome da religião é invalidar a palavra de Deus (*veja também Mt 5.23,24).