Acha-se o termo somente em alguns lugares da Sagrada Escritura (Mc 6.9 – At 12.8) – mas a forma do sapato usado no oriente era, em geral, a de uma sandália: constava de uma sola de couro ou de madeira, atada aos pés por meio de correias (Gn 14.23 – is 5.27). Tiravam-se quando se entrava em uma casa, ou em um santuário (Êx 3.5 – Js 5.15 – Lc 7.38 – cp. com Êx 12.11 – Js 9.5 a 13). o filho pródigo voltou à casa paterna sem sandálias (Lc 15.22). indubitavelmente as sandálias eram diferentes conforme o seu preço (Cf Ct 7.1 – Ez 16.10 – Am 2.6 – 8.6). Merece referência especial o variado simbolismo, que se acha em relação com os calçados na Escritura. (1) Desatar as correias das sandálias (ou levá-las) parece ter sido um sinal de inferioridade, talvez o oficio do mais humilde escravo da casa (Mt 3.11 – Mc 1.7 – Lc 3.16 – Jo 1.27). (2) Sacudir o pó das sandálias significava repúdio, livrando-se a pessoa de responsabilidades (Mt 10.14 e lugares paralelos – Lc 10.11 – At 13.51). (3) A renúncia e a transferência dos direitos legais eram ratificados pelo ato de descalçar um sapato – e era uma espécie de segurança do contrato dá-lo à pessoa com quem se fazia a transação (Dt 25.10 – Rt 4.7,8). (4) Na curiosa bênção sobre Aser vem esta frase ‘o ferro e o cobre serão o teu calçado’ segundo algumas versões (Dt 33.25). (5) Em Ef 6.15 o guerreiro cristão deve ter os seus pés calçados ‘com a preparação do evangelho da paz’, como indivíduo desejoso de levar as boas novas a toda a parte. (Cp. com is 52.7).