Skip to content

amós (livro de)

o estilo de Amós é simples, mas de maneira alguma deficiente na sua beleza pitoresca. o seu modo de vida pode descobrir-se pelas ilustrações que ele escolhe, e que na maior parte são tiradas dos serviços campestres. Muitas são originais e admiráveis, e todas elas deixam ver a vida da Natureza. o conhecimento que revela dos acontecimentos de remota antigüidade (9.7), e doutros menos antigos, ainda não descritos em parte alguma (6.2), o encadeamento regular dos seus pensamentos e a correção da sua linguagem, tudo tende a mostrar que a responsável, e muitas vezes perigosa (3.12), ocupação de um pastor era ainda tão favorável à cultura intelectual como tinha sido no tempo de Moisés e de Davi. o livro pode dividir-se em cinco partes, quanto aos assuntos ai tratados: 1. Caps. 1,2 – Uma série de acusações contra as nações pagãs, e também contra Judá, e por fim contra israel, pelos seus pecados, com declarações de que viria o castigo sobre elas. 2. Caps. 3 a 5.17 – Samaria (sinônimo do reino de israel): os seus pecados são pormenorizadamente expostos e anunciado um castigo próximo. 3. Caps. 5.18 a 6.14 – Razões de falsa confiança dos israelitas e avisos de repetição dos castigos. 4. Caps. 7.1 a 9.10 – Uma série de cinco visões, mostrando de vários modos a paciência e os justos juízos de Deus. Entre a terceira e quarta visões é apresentada uma narrativa pessoal de profundo interesse (7.10 a 17). 5. Caps. 9.11 a 15 – Conclusão, mostrando que a nação será restabelecida, e novas bênçãos a tornarão próspera. Estas últimas insinuações de futuras bênçãos são citadas pelo Apóstolo Tiago (At 15.16, 17), para mostrar que todas as nações da terra participariam dos benefícios que os judeus receberiam. A linguagem e as alusões feitas no livro de Amós sugerem o conhecimento de quão familiares eram ao profeta os livros de Moisés. *veja 2.10 (Dt 29.5) – 4.6 a 10 (Dt 4.30, 30.2) – 4.11 (Dt 29.23) – 5.11 (Dt 28.30 a 39). No N.T. o livro é citado por Estêvão no seu discurso perante o Sinédrio, e por Tiago no Concilio de Jerusalém (At 7.42, 43 – 15.16 a 18). Na primeira citação merece notar-se a extensão da frase ‘além de Damasco’ para ‘além de Babilônia’. E na última está ‘o resto dos homens’, segundo a versão dos LXX, por ‘o restante de Edom’ – é que as palavras homem e Edom em hebraico são semelhantes nas consoantes. Seja qual for a tradução preferida, é admirável o testemunho do profeta quanto à universalidade do Evangelho. Há, também, uma notável coincidência entre 3.7 e Ap 10.7, pois em ambas as passagens se declara a revelação do mistério de Deus aos profetas.