Números

A mensagem do Livro dos Números é universal e eterna. Isso lembra os crentes da guerra espiritual na qual eles se envolveram, porque Números é o livro de serviço e caminhada para o povo de Deus. O Livro dos Números é essencialmente uma ponte entre os israelitas recebendo a Lei (Êxodo e Levítico) e sua preparação para entrar na Terra Prometida ( Deuteronômio e Josué).

Livro de NumerosLivro de Numeros
Numeros 1Numeros 19
Numeros 2Numeros 20
Numeros 3Numeros 21
Numeros 4Numeros 22
Numeros 5Numeros 23
Numeros 6Numeros 24
Numeros 7Numeros 25
Numeros 8Numeros 26
Numeros 9Numeros 27
Numeros 10Numeros 28
Numeros 11Numeros 29
Numeros 12Numeros 30
Numeros 13Numeros 31
Numeros 14Numeros 32
Numeros 15Numeros 33
Numeros 16Numeros 34
Numeros 17Numeros 35
Numeros 18Numeros 36

O que é o livro dos números?

O título NuMEROS reflete de forma bastante imperfeita o conteúdo do quarto livro do Pentateuco, mas destaca pelo menos uma de suas características: a preocupação com a precisão numérica. Esta preocupação se manifesta, entre outras coisas, nos dois censos registrados no Livro (caps. 1-4; 26), nos regulamentos sobre os sacrifícios e nas instruções para a distribuição de despojos (cap. 31) e para o divisão do território em torno das
cidades levíticas.

Os judeus que falavam hebraico chamaram este livro de “NO SELVAGEM” porque essas são as palavras mais importantes no versículo inicial. Este título evoca outro de seus temas característicos: a marcha dos israelitas pelo deserto, do Sinai às fronteiras da Terra Prometida.

O Livro dos Números dá a impressão de ser um conjunto de elementos heterogêneos, sem nenhuma conexão lógica. Apesar de tudo, é possível estabelecer uma certa ordem, se levarmos em consideração o contexto geográfico dos eventos relatados. A partida do Sinai é preparada com um recenseamento do povo e com as ofertas apresentadas por ocasião da dedicação do Santuário. Depois de celebrar a segunda Páscoa, os israelitas deixam o Sinai e chegam a Cades, onde fazem uma tentativa infeliz de entrar em Canaã pelo sul.

Depois de uma longa estada em Cades, eles partiram novamente e chegaram às estepes de Moabe, em frente a Jericó. Em torno dessas contas, numerosas disposições legais e litúrgicas são misturadas, que completam a legislação do Sinai ou preparam o estabelecimento de Israel em Canaã. No Livro dos Números, as tradições “Yahwist”, “Elohist” e “Sacerdotal” reaparecem. Este último é o que deu uma forma acabada a toda a obra e lhe deu seu espírito peculiar. É inútil olhar nesta compilação de tradições antigas, um relato exato e ordenado dos eventos. A tradição do itinerário do deserto é fragmentária e limitada a alguns episódios. Além disso, a história é vista de uma perspectiva religiosa. A sua intenção é mostrar a providência solícita de Deus em favor do seu povo, apesar das suas murmurações e rebeliões.

Durante sua marcha pelo deserto, Israel teve suas primeiras experiências como Povo de Deus. Lá, a massa heterogênea de fugitivos que deixaram o Egito sob a orientação de Moisés começou a realizar seu destino comum. Chegada a plenitude dos tempos, o nascimento do novo Povo de Deus também estava ligado ao deserto. Lá, João Batista pregou e batizou , para preparar “o caminho do Senhor” ( Mt 3. 3). E aí Jesus “foi conduzido pelo Espírito” para se preparar para cumprir sua missão de “iniciador e consumador da nossa fé” ( Hb 12.2 ).

ORGANIZAÇÃO DOS ISRAELITAS NO SINAI ANTES DA PARTIDA, Israel já se prepara para deixar o Sinai, a montanha sagrada do seu encontro com Deus. Mas antes de partir, é realizado um censo das tribos, e Moisés complementa a legislação com algumas disposições relativas ao santuário, adoração e levitas. Assim, o Livro dos Números retoma a trama narrativa que havia sido suspensa no final do Livro do Êxodo.

O Povo de Deus aparece aqui como um exército bem organizado, reunido em torno de seus líderes e suas bandeiras. Mas, acima de tudo, é a Assembleia do Senhor, uma comunidade litúrgica agrupada em círculos concêntricos ao redor do Santuário. O Senhor está presente no meio dela e manifesta a sua
presença através da “nuvem”. A marcha de Israel pelo deserto tem todas as características de uma procissão solene: a “nuvem” dá a ordem de
partir e a Arca da Aliança, o trono visível do Senhor, avança na frente da caravana. Esta apresentação nos dá uma visão muito idealizada do
número e organização dos israelitas na época do deserto.

Na realidade, o grupo que deixou o Egito sob a orientação de Moisés estava longe de formar uma corporação tão grande e compacta como às vezes se pensa. Mas esta apresentação idealizada, que a tradição sacerdotal propõe como norma e modelo a Israel, contém um significado profundo: o Povo de Deus é e deve ser sempre uma comunidade em movimento, sem casa permanente; a sua organização e o caminho que deve seguir não são traçados por ele próprio, mas por Deus que o libertou da escravidão e o consagrou ao seu serviço. Isso se aplica igualmente à Igreja, o Povo da Nova Aliança.