Judá, o cenário do livro, é devastado por uma grande horda de gafanhotos. Essa invasão de gafanhotos destrói tudo – os campos de grãos, os vinhedos, os jardins e as árvores. Joel descreve simbolicamente os gafanhotos como a marcha de um exército humano e vê tudo isso como o julgamento divino vindo contra a nação por seus pecados. O livro se destaca por dois grandes eventos. Um é a invasão de gafanhotos e o outro é o derramamento do Espírito. O cumprimento inicial disso é citado por Pedro em Atos 2, tendo ocorrido no Pentecostes.
Livro de Joel | Livro de Joel |
---|---|
Joel 1 | Joel 3 |
Joel 2 |
Quem é Joel?
O texto bíblico não fornece nenhuma informação sobre a pessoa e a vida daquele cujo nome significa “O Senhor é Deus”. Nem oferece dados precisos para determinar a data em que o profeta registrou sua mensagem por escrito, embora tudo pareça indicar que foi depois do exílio, por volta de 400 AC. C., quando o Templo já havia sido restaurado. Este livro ocupa um lugar relevante na literatura hebraica pelo vôo poético de sua linguagem e pelo vigor de suas imagens.
A pregação tem um fundo marcadamente litúrgico. Ele manifesta um conhecimento especial do culto e atribui grande importância a ele, assim como Ageu e Zacarias. Como resultado disso, costuma-se afirmar com razão que ele foi um profeta dedicado ao serviço do Templo e que seus oráculos – pelo menos em parte – são uma profecia “cúltica”, ou seja, uma mensagem profética proclamada na estrutura de uma assembleia litúrgica. No entanto, não há nada no Livro que possa ser rotulado de ritualismo. Nele não há prescrições detalhadas sobre o culto, tão frequente em Ezequiel, e nem mesmo censure os abusos cometidos na celebração dos ritos, como os deplorados por Malaquias. O que mais preocupa Joel é a conversão interior: “Rasgue o seu coração, não as suas vestes, e volte para o Senhor, o seu Deus” (2,13). É por isso que a sua pregação encontrou um eco profundo na liturgia penitencial da Igreja.