No oriente, oprimogênito, ou o filho mais velho, gozava de certos privilégios em relação aos outros filhos. Dava-se isto de um modo especial entre os hebreus. o primogênito era consagrado ao Senhor (Êx 22.29). Pertencia-lhe a excelência da dignidade e a excelência do poder (Gn 49.3). Quando morria o pai, recebia ele porção dobrada na distribuição dos bens de família (Dt 21.17) – e nas famílias reais era ele quem sucedia no trono (2 Cr 21.3). o direito de primogenitura e os privilégios que lhe eram inerentes poderiam ser retirados por inconveniente conduta do primogênito, como no exemplo dos filhos de isaque, sendo transferidos os direitos dessa situação (Gn 27.37). Davi, por direção divina, excluiu do trono a Adonias, para favorecer Salomão, sendo marcada a preferência pelo ato da unção. o filho mais velho era muito respeitado na família, e à medida que a família ia crescendo, ia ele pouco a pouco obtendo mais autoridade, vindo por esse fato a ser o maioral – ‘cabeça da casa de seu pai’ (Nm 7.2, e 21.18, 25.14). A ‘dobrada porção’ da herança da família, que cabia ao filho mais velho pela Lei de Moisés, explica o ter pedido Eliseu porção dobrada do espírito de Elias (2 Rs 2.9). Nas primitivas genealogias das Escrituras, o primogênito de uma linha é muitas vezes mencionado (Gn 22.21 e 25.13) de um modo particular. Também uma especial santidade se achava ligada no Judaísmo ao titulo de primogênito, e é neste sentido que, segundo parece, é aplicado ao Messias (Rm 8.29 – Cl 1.18 – Hb 1.6 – Ap 1.5) – e como co-herdeiros Dele reclamam os remidos a sua herança (Lc 22.29 – Rm 8.17 – Cl 3.24).